CLÓVIS TRAVASSOS SARINHO, PATRONO DA CADEIRA DE Nº 116 DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE
Ele nasceu em Olinda (PE) no dia 05
de junho de 1910, porém criança foi transferido para João Pessoa, onde estudou
no Liceu Paraibano e aos 18 anos voltou as terras pernambucanas para estudar
Medicina. Lá, ele começou a sua vida política. O mesmo dirigiu a Sociedade dos
Internos, redigiu vários trabalhos científicos e realizou o I Congresso de
Estudantes Internos de todo o país, revelando qualidades morais e técnicas em
campos diversificados.
Em 1934, recebeu um convite para
trabalhar no recém construído Hospital do Seridó, em Caicó. Apesar de suas
qualificações e de seu currículo acadêmico exemplar, encontrou dificuldades
quanto à sua credibilidade profissional junto à população seridoense pela sua
aparência muito jovial – tinha apenas 24 anos. a confiança da população, no
entanto, chegou quando operou um paciente muito popular, que fazia questão de
exibir a cicatriz da cirurgia de apêndice com aspecto de boa recuperação, e
dizia para todos que quem o havia operado era o “Dotozim Novo”. Logo se firmou
como cirurgião habilidoso que introduziu práticas e técnicas médicas modernas
em toda região do Seridó. Sua boa fama de exímio operador chegou ao
conhecimento do Dr. Januário Cicco, que o convenceu a vir trabalhar na capital.
Sarinho mudou-se para Natal em junho de 1935. Em 1º de Agosto de 1935, assumiu
a chefia da Clínica Cirúrgica do então Hospital Miguel Couto (hoje Hospital
Universitário Onofre Lopes). Nesse cargo permaneceu até o dia 07 de abril de
1942.
No seu primeiro ano trabalhando em
Natal, teve atuação destacada no atendimento aos feridos da Intentona
Comunista. Instalou-se no hospital durante toda a duração da insurreição, sem
sequer ir em casa. Dentre as dezenas de feridos por ele atendidos, esteve um
dos principais líderes do movimento, o cabo Giocondo Dias, que anos depois
destacou-se na hierarquia partidária e sucedeu Prestes na direção geral do
Partido Comunista Brasileiro, algo que Sarinho menciona em sua carta à Revista
Veja.
Apesar dos biógrafos quererem mostrar
uma ideia de que ele foi o herói de Prestes, muitos esquecem de comentar o
flerte com o fascismo. Em 1937, segundo o jornalista Luiz Gonzaga Cortez, ele
participa do grupo Integralista aqui no Rio Grande do Norte. Apesar de ter
ajudado os comunistas, por acreditar em ajudar o próximo, ele era totalmente
contrário da ideologia. De acordo com o jornalita Cortez, em trecho publicado
na monografia do historiador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN):
O médico
Clóvis Travassos Sarinho alegava muito bem que o comunismo “acerta no
diagnóstico e eira no tratamento” foi uma maneira que o doutor encontrou para
dizer que o comunismo identificava os problemas da sociedade e estava em um
caminho certo até querer resolver tudo pelas armas. O que causou um certo
pânico na população, tornando-se o comunismo um inimigo social.
Sarinho confirmou que era
integralista e em 1991 tentou explicar o porquê em sua autobiografia.
“Filiei-me à Ação Integralista por convicção, não por ouvir dizer, diria mais
tarde, adiantando que não fora influenciado pela opinião dos correligionários
nem, tampouco, o impressionavam as críticas … por uma questão ideológica ou por
não terem lido nada sobre o assunto” (SARINHO, 1991, p. 183).
FONTE
- BRECHANDO
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